Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE ALGOSO" - 27/07/2025
A importância das terras de Algoso decorria dos rendimentos auferidos anualmente pelo seu comendador: de sete a oito mil cruzados, incluindo-se neste montante a de duas partes dos frutos das abadias de Travanca, Sendim, Vilar Seco, Duas Igrejas e Guide. Este soberano terá determinado ainda a realização de obras de reparo e melhorias no castelo.
Na posse dos Hospitalários, o castelo foi transformado numa fortificação em estilo gótico, destacando-se a construção da sólida torre de menagem, com a função de residência do comendador, e de um torreão na muralha a sul.
Em 1480 Algoso recebeu foral de D. Afonso V , confirmado por D. Manuel I em 1 de junho de 1510 (Foral Novo). Nesse período, a povoação e seu castelo encontravam-se figurados por Duarte de Armas no livro das Fortalezas.
Quando da crise de sucessão de 1580, Diogo Fernandes de Almeida, pai do frei Gonçalo de Azevedo, cavaleiro da Ordem dos Hospitalários, comendador e alcaide-mor do Castelo de Algoso (1588-1610), tomou partido pelo prior do Crato. À época da Dinastia Filipina, D. Filipe I concedeu carta de privilégios à Câmara Municipal de Algoso (1 de janeiro de 1592).
Em 1684, encontrava-se entre as muitas estruturas abandonadas e em ruínas no reino. Quando da Guerra dos Sete Anos, pouco depois da queda de Miranda do Douro em 1762, os espanhóis empreenderam diversas surtidas saqueando as terras de Vimioso. Guarnecida por um pequeno efetivo, sob o comando de um alferes, a vila de Algoso conseguiu resistir sem ser ocupada.
Mais tarde, o governo militar da praça foi exercido por um capitão-mor, um sargento-mor e quatro capitães de Ordenanças. Durante a Guerra Peninsular, o juiz de fora de Algoso, Jacinto de Oliveira Castelo Branco, recusou-se a reconhecer a soberania francesa e, mesmo após a partida da Família Real para o Brasil, tendo os franceses declarado abolida a dinastia de Bragança, continuou a usar o nome de Sua Alteza Real nos processos sob sua responsabilidade.