Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE ALGOSO" - 03/08/2025
Em meados do século XIX, o concelho de Algoso foi extinto, passando a integrar o concelho de Vimioso (1855). No século XX, a partir de 1944, o castelo recebeu pequenas obras de beneficiação por parte da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, sendo classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 40.361 de 20 de outubro de 1955.
Posteriormente, entre 1974 e 1977 foram promovidos trabalhos de conservação das muralhas e muros de acesso, bem como a consolidação dos degraus do acesso ao portão do monumento.
Recentemente, em 2004 novas etapas de intervenção tiveram lugar, sob a responsabilidade do Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico em parceria com a autarquia de Vimioso, reforçando a importância do castelo no circuito turístico da região.
De pequenas dimensões, apresenta planta orgânica (adaptada ao terreno), com o formato retangular. Foi erguido em alvenaria de xisto quártzico e granito, sobre um afloramento rochoso, na cota de 681 metros acima do nível do mar.
Na muralha, a norte, rasga-se o portão de entrada em arco pleno, acedido por uma escada em degraus talhados na rocha. Este portão é defendido por um cubelo, hoje sem os seus merlões, onde se destacava um balcão com matacães.
Franqueando-se o portão, abre-se uma reduzida praça de armas de onde, por sua vez, se acede a torre de menagem. Esta apresenta planta heptagonal, dividida internamente em três pavimentos. Os dois primeiros destinavam-se a habitação e o último, à defesa. Num torreão, na face leste dos muros, abriram-se espaços destinados a peças de artilharia.
Muitos vestígios arqueológicos estão expostos no Centro de Acolhimento do Castelo sito no Largo do Pelourinho. Esta fortificação e toda a paisagem envolvente (ponte românica sobre o rio Angueira e um vasto hotspot de biodiversidade) merecem a sua visita.
Poderá fazê-lo através dos percursos pedestres existentes que o levarão ao castelo, à ponte e calçada medievais e à acolhedora aldeia de Algoso. “Ler” o castelo de Algoso ficará sempre muito aquém do que é “ver”, “estar” e “sentir” este belíssimo monumento e toda a sua envolvência ímpar.